Se há uma palavra que mais se relaciona à vida do ser humano, independente da cultura e sociedade, esta palavra é trabalho. Essa dimensão é inclusive divinizada em várias religiões. No Cristianismo, por exemplo, como sugere o Antigo Testamento, desde a saída do paraíso, vários personagens bíblicos dependeram de seu trabalho para a sua sobrevivência em vários cenários, ora favoráveis, ora inóspitos. O próprio Deus Cristão, desde a criação do universo, até a sua encarnação como Jesus Cristo, se posta como um Deus Trabalhador. Por sinal, a obra de Georges de La Tour, José – o Carpinteiro, de 1642, como outras, apresenta um Jesus aprendendo atentamente, iluminando o ofício com o seu pai terreno. Ao mesmo tempo, vê-se um menino Jesus que, com a vela, ilumina e valoriza o trabalho. É possível inferir a valorização das relações ensino-aprendizagem e a familiar. Tal faceta é reforçada pela dominação Cristo Operário, como também na instituição da festa litúrgica de São José Operário em 1° de maio de 1955, quando o Papa Pio XII ressaltou que “o humilde artesão de Nazaré não representa apenas, para Deus e a Santa Igreja, a dignidade de um trabalhador braçal, mas também e sempre o padroeiro de vocês e de suas famílias” (LOMANOCO, 2021).
Apesar da divinização, como denuncia Trabalhador, de Seu Jorge (2007), mesmo em um mundo cristão, nem todo trabalhador goza de uma vida digna. E nem toda vocação e profissão tem a valorização social que mereceria. E aí surge a questão: como a Ciência e a Tecnologia podem contribuir para a melhoria da vida dos trabalhadores e, por conseguinte, do bem-estar de todos? Uma primeira resposta seria considerar sempre a realidade social, uma vez que ela é a principal fonte do fabrico tecnológico e científico. É com este espírito, que o atual número de ASA Palavra se dirige aos seus diversos públicos.
Sofia Martins Moreira Lopes
Huener Silva Gonçalves
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